domingo, 20 de fevereiro de 2011

O Bidé

Não poderei deixar de inaugurar este meu novo blog, com algo que tanto jeito dá aos portugueses. O Bidé. Nunca fui um grande utilizador, é verdade. Mas lá de vez em quando, o objecto sanitário, dá um jeito brutal, seja para os pés, seja para as partes mais íntimas, e em casos extremos, uma lavagem rápida ao bebé. Qualquer casa portuguesa, da mais humilde à mais luxuosa, tem sempre, pelo menos, um bidé.

Acabou-se-nos o bidé, pois aqui nos Estados Unidos, em muitos casos, desconhece-se a existência desta maravilha francesa do Séc. XVIII. A minha casa não tem nenhum e tampouco os inúmeros hotéis onde já estive. Mesmo aqueles com as estrelas máximas. Em consequência, ponho-me a imaginar como os nativos tratam a sua higiene mais íntima. Ou ora, quando sentem a necessidade de um bidezinho, metem-se de corpo e alma dentro do chuveiro porque nos Estados Unidos estes são fixos na parede e sem as sempre estragadas extensões (e sobre isso escreverei numa outra oportunidade) o que me parece algo trabalhoso, ou então aí vão mais umas voltas de papel higiénico. Não tive oportunidade de verificar as estatísticas quanto à incidência de hemorróides e seus tratamentos nos dois lados do Atlântico, mas não tenho dúvidas que o papel do bidé será de extrema relevância nesse estudo.

Os mais brilhantes bidés que conheço das minhas viagens, são sem dúvida, os brasileiros. O meu sonho agora, é ter um. Com um chuveirinho mesmo a meio, suplantam as expectativas, principalmente quando possuídos de uma força intensa, capaz de uma limpeza massajadora, que deixa qualquer usuário mais do que satisfeito com os resultados obtidos!

Porque?

Nesta estadia temporária na zona de “New England” nos Estados Unidos, que abrange os Estados de Connecticut, Rhode Island, Massachusetts, New Hampshire, Vermont e Maine, fui relatando a amigos algumas diferenças na vida quotidiana entre Portugal e a nossa nova localização. O termo “Yankee” se originou por meados do século XVII devido a grande presença de holandeses na Nova Inglaterra, onde muito dos quais se chamavam "Jan" (em português João, pronunciado [yan]) e assim, do apelido “Janke” ("Joãozinho"), se originou o termo em inglês “Yankee”.

Mudamo-nos para Rhode Island a 30 de Agosto deste ano. Minha mulher, uma filha com 5 anos, o bebé com agora nove meses e o Simão, nosso Golden Retriever. Vivemos em Narragansett, uma simpática cidade entre o mar e a Baía de Narragansett, por sorte um verdadeiro paraíso para a vela (sim, sou velejador) e uma beleza natural surpreendente. Newport fica a cerca de 7 km.

Minha missão profissional, da qual não pretendo escrever aqui, está prevista terminar em meados de 2012, quando voltaremos para o Porto.

Resolvi criar o Blog para memória futura, informar os amigos sobre particularidades da vida quotidiana e também quem pretenda passar pela mesma aventura, comparando o que há de bom e mau nos dois mundos, sem procurar ser demasiado sério. Este deve ser um espaço para alguma boa disposição. Quanto mais o tempo passa fora de Portugal, mais apercebo-me que temos tudo para ser um grande país. Falta-nos o rumo correcto.